M.C. Escher 1898 - 1972
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Mauritus
Cornelis Escher, nasceu em Leeuwarden na Holanda em 1898, faleceu
em 1972 e dedicou toda a sua vida às artes gráficas. Na sua
juventude não foi um aluno brilhante, nem sequer manifestava grande interesse
pelos estudos, mas os seus pais conseguiram convencê-lo a ingressar na Escola
de Belas Artes de Haarlem para estudar arquitectura. Foi lá que conheceu o
seu mestre, um professor de Artes Gráficas judeu de origem portuguesa,
chamado Jesserum de Mesquita.
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Com o professor Mesquita, Escher aprendeu muito, conheceu as técnicas de
desenho e deixou-se fascinar pela arte da gravura. Este fascínio foi tão forte
que levou Mauritus a abandonar a Arquitectura e a seguir as Artes Gráficas.
Quando terminou os seus estudos, Escher decide viajar, conhecer o mundo! Passou
por Espanha, Itália e fixou-se em Roma, onde se dedicou ao trabalho Gráfico.
Mais tarde, por razões políticas muda-se para a Suíça, posteriormente para a
Bélgica e em 1941 regressa ao seu país natal.
Estas passagens por diferentes sítios, por diferentes culturas,
inspiraram a mente de Escher, nomeadamente a passagem por Alhambra, em Granada,
onde conheceu os azulejos mouros. Este contacto com a arte árabe está na base
do interesse e da paixão de Escher pela divisão regular do plano em figuras
geométricas que se transfiguram, se repetem e reflectem, pelas
pavimentações. Porém, no preenchimento de superfícies, Escher substituía
as figuras abstracto-geométricas, usadas pelos árabes, por figuras concretas,
perceptíveis e existentes na natureza, como pássaros, peixes, pessoas, répteis,
etc.
(Clique sobre as imagens para obter uma ampliação) |
Escher, sem conhecimento matemático prévio mas através do estudo
sistemático e da experimentação, descobre todos os diferentes grupos de
combinações isométricas que deixam um determinado ornamento invariante. A
reflexão é brilhantemente utilizada na xilografia "Day and Night", uma das gravuras mais emblemáticas da carreira de
Escher.
“Day and Night”
Xilogravura de 1938 |
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Aos poucos, Escher, vai sendo cada vez mais ousado e para além da
“dança” com a geometria, vai também ao encontro do infinito. A divisão regular
da superfície aparece misturada a formas tridimensionais, geralmente num ciclo
sem fim, onde uma fase se dilui na outra. A litografia "Reptiles" é um bom exemplo disso.
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“Reptiles”
Litografia de 1943 |
Desde o início que um dos seus fascínios
era a representação tridimensional dos objectos na inevitável
bidimensionalidade do papel. Escher, explorou em profundidade as leis da
perspectiva e desafiou essas leis nas representações bidimensionais e
tridimensionais, provocando o conflito das representações.
“Drawing hands”
Litografia de 1948 |
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Dono de uma personalidade
humilde, Escher, não se considerava artista nem matemático. Mas a verdade é que
transportou para os seus desenhos estruturas matemáticas complexas,
perspectivas espaciais que necessitam sempre de um apurado segundo olhar,
podemos mesmo dizer, de um terceiro, quarto ...
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"House of Stairs"
Litografia de 1943 |
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"High and Low"
Litografia de 1947 |
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“Concave and Convex”
Litografia de 1955 |
Fascinado
pelos paradoxos visuais, Escher chegou à criação de mundos impossíveis. Nesses
trabalhos, o artista joga com as leis da perspectiva para produzir
surpreendentes efeitos de ilusão de óptica. Nos seus desenhos somos
levados a novos universos, a sítios verdadeiramente misteriosos! Para Escher a
realidade pouco interessa, antes pelo contrário, prefere criar mundos
impossíveis que apenas pareçam reais. Eis porque se tornou uma espécie de
mágico das artes gráficas.
Escher
suscitou a atenção por parte de muitos matemáticos (por exemplo de Moëbius -
inventor da banda existente na nossa página de abertura - que não se cansava de
o convidar para palestras), cientistas e cristalógrafos. O mais curioso é
que Escher não tinha uma formação específica nestas áreas, mas elas aparecem
nas suas criações! Cada vez mais assediado pelos matemáticos, Escher
acabou muitas vezes por se inspirar em suas novas descobertas. Por exemplo,
"Waterfall" foi baseada na figura do tribar, uma construção
geometricamente impossível, criada pelo matemático Penrose.
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"Belvedere"
Litografia de 1958 |
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“Ascending and Descending”
Litografia de 1960 |
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"Waterfall"
Litografia de 1961 |
O formato
dos sólidos geométricos, em especial, dos poliedros também atraiu Escher. Seu
interesse nasceu a partir da observação dos cristais, possivelmente
influenciado por seu irmão que era geólogo. Realizou diversos trabalhos
explorando as possibilidades dos poliedros. Maravilhado pelas suas formas
afirma que no caos da sociedade moderna os poliedros "representam de
maneira ímpar o anelo de harmonia e ordem do homem"
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"Order
and Chaos"
Litografia de 1950 |
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"Stars"
Entalhe em madeira de 1948 |
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"Polyhedra
with Flowers"
Escultura de 1958 |
Metamorfose II (1939-1940)
Lithograph 1935
São todos
estes “condimentos” matemáticos aliados à mente artística de Escher que
resultam num trabalho tão original e extraordinário. Escher foi
reconhecido pelo mundo, pelos seus desenhos de ilusões espaciais, de
construções impossíveis, onde a geometria se transforma em arte ou a arte em
geometria.
"Apesar
de não possuir qualquer conhecimento ou treino nas ciências exactas, sinto
muitas vezes que tenho mais em comum com os matemáticos do que com os meus
colegas artistas"
M. C. Escher
Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm33/Escher3.htm
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